O painel “História da Pediatria em Minas Gerais” foi a grande atividade responsável por finalizar a programação do segundo dia do Congresso Mineiro de Pediatria no Grande Teatro do Palácio das Artes. Às 18h, os pediatras Paulo César Ribeiro, José Guerra Lages e Edward Tonelli se propuseram a compartilhar com o público detalhes do desenvolvimento do livro que traça um panorama histórico da atividade pediátrica em Minas, além de destacarem momentos e pessoas emblemáticas na trajetória da profissão no país e no mundo. O momento, moderado por Fábio Guerra, contou ainda com homenagem da presidente do congresso, Marisa Lages Ribeiro, e da presidente da SMP, Maria do Carmo Barros de Melo.
“Durante a minha trajetória, escrevi e publiquei diversos livros, mas esse foi o que me deu mais trabalho”, compartilhou inicialmente Tonelli, que editou o material e disse ter separado alguns nomes históricos importantes para dividir com a plateia. Em suas palavras, o surgimento da Pediatria remonta ao século XVIII, na Suíça, embora haja um senso comum de que a atividade teve início no solo francês. “Após muita pesquisa, descobrimos que o primeiro livro sobre a temática foi publicado em 1722, pelo médico Theodori Zwinger”, pontuou ele, que também mencionou o trabalho de Francisco de Melo Franco, considerado o primeiro puericultor brasileiro, e o pediatria mineiro Carlos Arthur Mancoro de Figueiredo. Datas marcantes como 1822, na qual foi criada a primeira clínica de pediatria no país, assim como o próprio curso, também foram enfocados pelo profissional durante sua fala.
Falar de história é falar de pessoas
“Falar de histórias é, sobretudo, falar de pessoas que deixaram algo de valor para todos nós que estamos aqui”, afirmou José Guerra durante um discurso sobre a importância de valorizar os seres humanos que contribuíram para o sucesso pediátrico. Ele, que sugeriu que Hipócrates, considerado o pai da Medicina, já falava de doenças que acometiam mais as crianças, explicou que o conceito de Pediatria surge, de fato, há 150 anos, embora a atividade como se conheça hoje só tenha ganhado forma há cerca de 60. Registros de serviços pediátricos mineiros, questões relativas ao progresso da vacinação e sugestões de leituras permearam a presença do pediatra, que concluiu sua fala com uma ode às mulheres e seus avanços dentro da Medicina. “Por toda a lucidez e sabedoria, acredito que o futuro é de vocês”.
Os frutos da Academia Mineira de Pediatria
Num último momento, foi a vez de Paulo César Ribeiro fazer um breve panorama das atividades da Academia Mineira de Pediatria (AMP). O pediatra mencionou o trabalho pioneiro de Ennio Leão, homenageado desta edição do congresso, citou os patronos do órgão, suas Diretorias e fóruns. Por fim, ao falar o livro História da Pediatria em Minas Gerais, disse que “sua edição foi um presente para todos os pediatras do Estado”.