Nos dias 5 e 6 de outubro, sexta e sábado, o Comitê da Primeira Infância da SMP realizou a primeira edição do Simpósio da Primeira Infância, evento que aconteceu no Hotel San Francisco, com aproximadamente 130 participantes. Levantando questões como o desenvolvimento psíquico infantil, a importância do sono e o poder da leitura, a atividade reuniu médicos, profissionais de saúde, acadêmicos e educadores para uma série de discussões sobre uma temática que tem ganhado cada vez mais importância nos últimos anos. Ao longo dos dois dias, palestras, conferências e casos clínicos permearam o encontro, que ainda contou com a participação do grupo musical Coração Palpita.
Maria do Carmo Barros de Melo e Laís Valadares dão as boas-vindas para o público
“É de tamanha importância poder fazer parte de um evento como este, que reforça a importância que uma etapa como a primeira infância tem no desenvolvimento das pessoas”, comentou a presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Maria do Carmo Barros de Melo, ao dar boas-vindas aos presentes. Ao seu lado, Laís Valadares, presidente do Comitê Científico da Primeira Infância, enfatizou a satisfação de ver o projeto concretizado. “Estou muito feliz de ver reunidas pessoas com interesse na temática. Que este seja um momento de aprendizado para todos”, compartilhou.
A diferença dos primeiros mil dias
Professor da UFCSPA, Ricardo Halpern abre ciclo de atividades
O especialista em Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento Ricardo Halpern foi quem deu início ao ciclo de conferências e casos clínicos do simpósio. Intitulada “O papel da primeira infância para a promoção do desenvolvimento: os primeiros 1000 dias fazem a diferença”, sua palestra enfocou desde as teorias do desenvolvimento, passando por perspectivas filosóficas sobre a infância, até dicas finais para que as consultas se tornem menos difíceis. Durante o momento, que contou com moderação da presidente do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento, Liubiana Regazzoni, Ricardo destacou que nem sempre as crianças foram vistas da forma como são hoje. “Olhando para trás, percebemos que, ao longo do tempo, a criança foi descrita de várias maneiras: ora não como indivíduo, ora como uma miniatura dos adultos”, contou.
“Hoje, já percebemos que os pequenos não são uma tabula rasa – o próprio bebê é afetado pelo stress dentro da barriga da mãe, que aumenta o cortisol no organismo do feto. Na verdade, as crianças podem ser vistas como redes ecológicas, já que fazem parte de um ambiente maior que influencia sua interação com o mundo”, pontuou Ricardo, fazendo uma alusão à chamada Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano, proposta pelo psicólogo russo Urie Bronfenbrenner.
As atividades continuaram na mesma noite com um caso clínico também sobre os 1000 primeiros dias do bebê, prosseguindo durante a manhã e a tarde do dia 6. Assuntos como a humanização das artes, benefícios das brincadeiras e as mudanças proporcionadas pela leitura deram o tom dos dois dias de conteúdo e discussão com o público.