Os impactos da tecnologia no cérebro em formação foi o tema das conversas de setembro no Centro de Treinamento



Auditório do Centro de Treinamento da SMP lotado para o “Conversando Sobre” de setembro

O neuropediatra Rodrigo Carneiro Campos, membro do Departamento Científico (DC) de Neurologia Infantil da SMP e presidente eleito da Sociedade Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Abenepi) recebeu mais de 60 pais, mães e adolescentes no “Conversando sobre o impacto da tecnologia no cérebro em formação”. Ele alertou sobre o uso massificado de telas por crianças e adolescentes. O encontro com as famílias foi realizado no Centro de Treinamento (CT), na quinta-feira, 12 de setembro. E o “Momento Científico”, sobre o mesmo tema, aconteceu na quarta, 11 de setembro, com a presença de aproximadamente 20 profissionais de saúde.

O tema é extremamente atual. Se por um lado a tecnologia traz facilidades para o dia a dia das pessoas, por outro ela pode trazer importantes alterações de comportamento para crianças e adolescentes. “O mundo real e o mundo digital são realidades sobrepostas, a questão está no quando, quanto e como vamos usar a tecnologia”, explica o neuropediatra. Segundo ele, o tempo de tela prolongado também priva as crianças e adolescentes de experiências sensorais e motoras, como exploração do ambiente e contato com os familiares, importantes para o desenvolvimento do cérebro humano. “Sobre videogames, o uso excessivo pode causar dependência, sendo que em alguns países, como China e Japão, já virou problema de saúde pública”, alerta.

Na conversa com as famílias, depois de uma explicação clara sobre o assunto proposto, Rodrigo e a também neuropediatra Valéria Loureiro Rocha, presidente do DC de Neurologia da SMP, abriram para perguntas e discussões. O auditório lotado, com pessoas sentadas no chão, não intimidou os presentes. Muitas dúvidas foram levantadas, entre elas a idade ideal para a criança ter um celular, como controlar o uso das telas, o uso das redes sociais na infância e adolescência, o perigo da exposição nessas redes e o limite entre o uso normal e o exagero.

Cada questionamento foi analisado individualmente, mas os neuropediatras foram enfáticos em dizer que o tratamento está na prevenção e que é impossível para crianças e adolescentes terem autocontrole quando o assunto é tecnologia. “O mais importante é a presença dos pais e que nenhuma tecnologia substitui o contato pessoal direto. É preciso humanizar a família e o cérebro”, finalizou Rodrigo.